Que saudade!

Desafiada a escrever sobre Xanxerê, para Xanxerê, não tem como não voltar ao passado da nossa cidade. Afinal, eu estou aqui há 39 anos - muitos de vocês há bem mais tempo - e posso ser quase categórica ao afirmar que, em alguns momentos dessa trajetória, existem, sim, muitas coisas boas para serem relembradas.

A primeira saudade que posso descrever é da essência da Praça Tiradentes. Aqueles corredores rodeados de coqueiros enormes, que começavam na rua José de Miranda Ramos e terminavam na Avenida Brasil. Era uma quadra no meio da cidade tomada por muito verde.

Tínhamos dois playgrounds, onde até hoje tem quem pense que um lado era para meninos e outro para meninas. Confesso que sempre pensei que a divisão era por idade, mas…

Tinha uma concentração inumerável de taquaras, ou bambus (não sou especialista na área), que dava um ar de frescor, sem contar em uma torneira que ficava logo abaixo, onde era impossível uma criança passar por lá, sem querer beber daquela água.

E, a gente tinha o melhor de tudo. Um lago, indiscutivelmente lindo, simples, mas lindo. Em época de Natal, ele ficava encantado. Havia casinhas, rodas de água, personagens e, claro,  peixes. Era um extra, daquela praça que motivava ainda mais o passeio.

Foi um lugar que marcou a infância de muitos xanxerenses. Ponto de parada, onde pais e mães se obrigavam a pegar seus filhos no colo para que pudessem ver melhor o espaço. Era um encanto.

A Praça Tiradentes também tinha a sua tradicional locomotiva, coquinhos no chão e muita pedra de calçada solta. Tinha raízes aparentes onde era necessário ter cuidado para não cair, tinha noite às escuras, andarilhos dormindo no gramado. Tinha lá seus problemas, também, mas a Praça tinha muita vida e isso guardei na memória, assim como muitos xanxerenses.

Não que a Praça de hoje não tenha seus encantos. Tem, sim! Está modernizada, mais segura e certamente vai marcar a infância das crianças de hoje. Mas vale a reflexão, do que você tem saudades em Xanxerê?