
É DA CAMPINA - com Joimara Camilotti
Uma paradinha na política
Com o início da janela partidária, onde é possível mudar de partido conforme a ideologia, estratégia ou conveniência, eis que se questiona o tamanho da migração de siglas.
Quem dizia que nunca ia beber a tal água, hoje já faz questão de postar foto com o boton no peito. Até aí tudo certo, porque qualquer pessoa pode identificar a agremiação que mais lhe for favorável, que mais atenderá os anseios da coletividade, mas que há de se pensar em cada nome que tem mudado de sigla, ah temos que pensar. Os motivos podem ser inúmeros para fazer com que deixassem seus ninhos, mas e como fica para aquele que o acompanhava de fora? Que o tinha como um cerne, como uma expectativa futura? Como identificar que tais alianças vão ser boas para a grande massa?
Até então, raízes firmes e fortes, tradicionais em partidos pilares, estão se deixando levar pela “onda”? Ou será que a ideologia destes novos é mais atrativa? Talvez a quantidade de novos filiados exemplifique que sim, ali é a melhor casa para se jogar ou não, talvez ali seja só o depósito ou melhor, o degrau para novos voos.
Entrei no jornalismo para cobrir guerras, mas vejo que as guerras políticas são muito maiores, articuladas, famigeradas e podem causar imbróglio ou mais vontade ainda de fazer as coisas mudarem.
Para mim, partido político é igual a time de futebol, e não me canso de repetir, você aprende a gostar e defender na vitória ou na derrota, você tenta ajudar a escolher um novo técnico, a escalar um bom jogo, mas você não o abandona para seguir tão rápido em outra agremiação.
A grosso modo, o que podemos resumir dos últimos dias é que a articulação virou a moeda do mercado. O grau de influência virou o principal avalista da jogada e a pesca é livre, morde a isca quem tem fome ou quem não tem visão.