Saúde


Saúde alerta para importância da prevenção, testagem e tratamento da sífilis

Notificações de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita no estado de Santa Catarina tiveram um aumento considerável de 2012 para 2022
Por: Francieli Corrêa 13/09/2023 às 09:24 Atualizado: 20/09/2023 às 21:29

Uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode causar graves danos à saúde da população em geral caso infectada, especialmente de grávidas e bebês durante a gestação, essa é a sífilis, doença que vem sendo negligenciada pela população, pela falta de prevenção, resultando em um aumento do número de casos ano após ano em Santa Catarina.

Nos adultos, a sífilis pode causar feridas nos órgãos genitais, manchas e lesões na pele, ínguas, quadros graves cardíacos e neurológicos e também pode levar à morte. No caso das grávidas infectadas com a bactéria, a sífilis pode ser transmitida para o bebê durante a gestação (sífilis congênita) e causar aborto espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e morte do bebê ao nascer.

Para prevenir a doença, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), é importante apostar na prevenção, através do uso de preservativos em todas as relações sexuais; na testagem, com a realização de testes para a detecção de ISTs frequentemente; e no tratamento, caso a pessoa venha a ser infectada.

“A camisinha continua sendo o método mais acessível e eficaz para evitar as Infecções Sexualmente Transmissíveis, como a sífilis, o HIV, as hepatites virais, dentre tantas outras, mas a nossa percepção é que a população tem atualmente uma falsa sensação de segurança com relação às ISTs. Isso porque o HIV já não mata mais como matava nos anos de 1980, 1990, por exemplo. Então, acredita-se que a prevenção não é mais necessária, mas isso não é verdade, temos uma grande quantidade de ISTs que precisam ser controladas, que precisam ser prevenidas. Então, o uso do preservativo em todas as relações sexuais continua sendo fundamental” - explica a médica infectologista e gerente de IST, HIV/Aids e doenças infecciosas crônicas, Regina Valim.

Nas gestantes, a indicação é que o teste seja realizado durante o pré-natal em, pelo menos, três momentos: primeiro e terceiro trimestres da gestação, no parto ou em casos de aborto. O parceiro da gestante também deve ser testado. Caso a infecção seja detectada, o tratamento deve ser iniciado imediatamente para evitar a transmissão da sífilis para o bebê. Os casais que estão planejando ter filhos também devem realizar o teste, antes mesmo da gestação.

Santa Catarina registra aumento de casos de sífilis

Dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) mostram que entre os anos de 2012 e 2022 o número de notificações de sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita no estado de Santa Catarina tiveram um aumento considerável. No caso da sífilis adquirida esse número saltou de 574 casos notificados em 2012 para 15.702 em 2022; sífilis em gestantes aumentou de 322 para 3.049 no mesmo período; e os casos de sífilis congênita foram de 100 para 693.

A gerente de IST da Dive, a médica infectologista Regina Valim, acredita que esse aumento, além da falta de prevenção, também tenha relação com a maior sensibilização dos serviços de saúde que estão testando mais, buscando a doença na população para realização do tratamento adequado.

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