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Dia Mundial: Porque o autismo não se cura, se compreende

A xanxerense Bruna Antunes e seu marido, Anderson Rodrigues compartilham a experiência de ter um filho autista
Por: Sanny Borges 02/04/2021 às 00:00 Atualizado: 06/04/2021 às 18:01

Nesta sexta-feira (02), além de ser uma Sexta-Feira Santa, é também o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que o mundo possa voltar a sua atenção para a questão do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

A xanxerense Bruna Rafaela Antunes e seu marido, Anderson Michel Rodrigues sabem muito bem o quão importante é falar sobre o Autismo, pois o filho do casal, Arthur Gabriel Rodrigues, de três anos, foi diagnosticado com TEA com um ano e meio. Bruna relata que nessa idade perceberam que Arthur fazia movimentos repetitivos e tinha atraso verbal, foi quando decidiram consultar uma doutora neuropediatra.

- Com um ano e meio percebemos no Arthur movimentos repetitivos (estereotipia) e também o atraso verbal. Levamos ele consultar com uma doutora neuropediatra e lá recebemos o diagnóstico de autismo. Antes mesmo do diagnóstico já tínhamos quase certeza que ele era autista, porque fomos estudar mais sobre essa “condição”, para ver o que poderíamos fazer para ajudar ele o mais cedo possível, pois geralmente só se consegue o diagnóstico por volta de três anos ou mais – explica.

No momento que receberam a confirmação do autismo, ela conta que o casal chegou a passar por três fases:
1° Não acreditar – por terem o Arthur muito cedo, o casal tinha muitos planos e sonhos. Além disso, sempre foram pais muito presente na vida dele e quando receberam o diagnóstico, tentaram achar onde haviam errado, pois não havia muitas informações ou motivo concreto para que Arthur tivesse desenvolvido essa condição;
2° Aceitação – depois que tiveram um conhecimento mais amplo sobre o TEA, viram que é uma “doença” comportamental e que não existe cura, porém existe graus do autismo. Depois destas informações decidiram seguir em frente e procura ajuda profissional o quanto antes, para que Arthur pudesse crescer e evoluir dentro das suas condições.
3° Buscar as melhores maneiras e profissionais para melhor evolução dele – como foram atrás do diagnóstico precoce, o casal levou Arthur ao neuropediatra, e nesse meio tempo, ele já estava com acompanhamento da fonoaudióloga.

Bruna também conta que a adaptação do Arthur e da família com essa nova condição foi aos poucos. Hoje em dia, ele vai Apae, onde tem acompanhamento de vários profissionais, como a fonoaudióloga, psicóloga e terapeuta ocupacional e desenvolve todas as atividades propostas a ele de forma bem tranquila.

- Familiares e pessoas próximas a ele, em um primeiro momento ninguém aceitou pelo fato de ele ser uma criança “normal”, e por ele ser lindo, por não ter traços em sua aparência. Depois do diagnóstico foi aceito a condição aos poucos. Hoje todo mundo dá muito mais amor, carinho, atenção, e tenta sempre estar estimulando ele – relata.

O casal também relata o lado “ruim” da doença: o preconceito sofrido tanto por Arthur quanto por familiares. Bruna conta que antes da pandemia começar, foi procurado escolas particulares de Xanxerê para matricular ele e em duas delas não o aceitaram como aluno pela sua condição. Além disso outras pessoas que não conhecem sobre o autismo sempre falam coisas do tipo “ele não tem nada, é uma criança normal”, “autismo não existe”, “os cuidados que vocês dão para ele são para um bebê, não criança de quase quatro anos”.

- Só tenho uma mensagem para deixar: Nós, pais de um bebê autista, gostaríamos de pedir as pessoas mais empatia da parte delas e que procurem informações sobre este assunto, porque o autismo vem crescendo do mundo todo e uma hora ou outra você vai ter contato com uma criança autista. Porque o autismo não se cura, se compreende – finaliza Bruna.

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