Entenda como funcionam os testes para avaliar a efetividade das vacinas contra covid-19
Com o avanço da vacinação, o conhecimento sobre os testes pós-vacinas e, também, as fake news que provocam desconfiança em relação à efetividade dos imunizantes, aumenta cada vez mais a procura por exames que possam comprovar se ela surtiu efeito ou não. Esse teste de anticorpos neutralizantes, segundo a bioquímica xanxerense, Letícia Deon Celi, serve para avaliar a presença, ou não, de um mecanismo de defesa presente no organismo específico do SARS-COV2.
Ela começa explicando que os anticorpos funcionam de modo que, após uma infecção, ou após a vacinação, o organismo produza uma memória e adquira informações sobre a doença. Isso possibilita que a maioria das pessoas que entrarem em contato novamente com o vírus, possam se recuperar sem manifestar a doença, ou apresentando sintomas leves.
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“No contexto clínico-epidemiológico apropriado, a detecção de anticorpos anti-SARS-Cov2, ou demonstração de soroconversão, pode indicar contato com o vírus, mas não necessariamente infecção e/ou transmissão atual. Portanto, resultados reagentes em exames sorológicos não podem ser usados como evidência absoluta na covid-19, devendo ser interpretado por um médico e com auxílio de dados clínicos e de outros exames laboratoriais. A interpretação, como qualquer outro exame laboratorial, é de responsabilidade do médico assistente.”, comenta.
Segundo o Ministério da Saúde não existe, atualmente, uma definição sobre a quantidade mínima de anticorpos neutralizantes para conferir proteção imunológica contra infecções, reinfecções e formas graves da doença causada pelo novo coronavírus, desta forma “os testes sorológicos não dão conta de provar se o imunizante recebido por você funcionará”, alerta o órgão federal. Em março, a Anvisa divulgou uma Nota Técnica 33/2021 elaborada para responder a essas dúvidas.
Como fazer os testes
A bioquímica Letícia Deon Celi explica que, atualmente, existem quatro kits comerciais aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo ela, eles funcionam como testes de anticorpos substitutos, possuindo um ótimo desempenho analítico, “Todos os testes aprovados, até o momento, são ensaios qualitativos para avaliação de anticorpos totais neutralizantes circulantes”.
Ainda conforme Letícia, o resultado para os testes sai entre dois e quatro dias. Ela explica ainda, que antes de fazê-los é necessário esperar 20 dias após a aplicação da segunda dose ou dose única, para que haja sensibilidade máxima.
Ainda segundo ela, o exame é feito no laboratório, a partir de uma amostra de sangue coletada, “O reagente utilizado no teste imita a estrutura do receptor que o vírus usa para se ligar e entrar na célula humana, e dessa maneira, ele pesquisa especificamente a presença de anticorpos capazes de bloquear este receptor.”.
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Foto: Reuters