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Após 20 anos como bancária, xanxerense descobre paixão pela gastronomia

Por: Alessandra Vilani 28/04/2021 às 00:00 Atualizado: 03/01/2022 às 13:55

Pode-se dizer que a vida é uma constante escola de aprendizado, que a cada dia prepara a todos para enfrentar novos desafios, os quais fazem todos se reinventar o todo tempo. Grasiela Pimentel, de 60 anos, é um grande exemplo de mudança, que após 20 anos trabalhando como bancária descobriu na gastronomia uma nova paixão.

Tecnóloga em gastronomia e especialista em administração de restaurantes e segurança alimentar, Grasiela atualmente trabalha na Padoca do Mano, um dos lugares mais frequentados de Xanxerê e conhecido por seus cardápios diferentes.

Após mais de 20 anos na área de gastronomia, ela conta que sua história com a cozinha vem desde criança, pois é neta de italianos e sua mãe sempre cozinhou muito bem. Porém, Grasiela explica que foi um processo bastante engraçado até se tornar de fato uma gastróloga.

- Chegou uma determinada época que meu trabalho como bancária se tornou um sacrifício, era um trabalho muito pesado. Quando surgiu a oportunidade de sair, eu não demorei um minuto para tomar a decisão e foi aí que comecei meu aprendizado na área de gastronomia, porque era algo totalmente novo. Quebrei a cara muitas vezes, porque nesse ramo é muito difícil ser rentável. Então você vai no erro e acerto, vai tentando e estudando. Quando fiz a faculdade, tive uma visão diferente, que me fez descobrir onde e como melhor aplicar técnicas culinárias – explica.

Logo após sua demissão no banco, Grasiela alugou um bar na praia e foi aí que começou de fato a sua história com a gastronomia. Depois do bar, vieram diversos restaurantes até um dia surgir a oportunidade de fazer a faculdade de gastronomia. Ainda na faculdade, surgiu a oportunidade de Grasiela morar na Itália, onde permaneceu por seis meses. Após retornar, terminou sua faculdade e foi trabalhar em Chapecó, onde inaugurou diversos restaurantes e se tornou professora de gastronomia. Além da Itália, Grasiela morou por quase cinco anos em São Paulo, onde fez sua pós-graduação na área de administração de restaurantes, trabalhando em restaurantes boêmios e cafés na capital paulista.

- Na época que morei na Itália foi um sonho realizado, pois tinha muito desejo de conhecer a Europa e eu me senti em casa. Embora eu tenha tido pouco contato com a cultura italiana, eu tinha um pezinho lá. Para mim foi muito fácil aprender o italiano, em 40 dias eu já entendia e me comunicava perfeitamente. Em São Paulo foi o maior desafio da vida, porque sempre fui criada no interior e quando eu cheguei lá era tudo apavorante, não sabia como pegar um ônibus ou metrô. Hoje é uma das cidades que eu voltaria a morar tranquilamente – relata a xanxerense.

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Depois desse período em São Paulo, Grasiela voltou para Xanxerê, onde fazia encomendas até surgir a oportunidade de trabalhar na Padoca do Mano. Ela explica que a proposta inicial da Padoca era de ser uma padaria artesanal, com pequenas produções. Hoje em dia, na parte de confeitaria e comidas quentes, a produção artesanal é bastante presente.

- A proposta da Padoca foi sempre ter esse diferencial, tanto em formato de apresentação, quanto em culinária. Tento toda semana apresentar menus novos, seja eles autorais ou réplicas, pois Xanxerê não tinha isso antes da Padoca, como por exemplo o jantar com trufas. Temos trazido uma gastronomia diferente para a região – descreve.

Grasiela sempre tenta trazer as experiências de todos os lugares onde já trabalhou como opções diferentes para os clientes da Padoca. Ela cita o seu menu francês, que deu muito ibope quando foi lançado. Porém, apesar dessas inovações, ela também cita que as pessoas ainda têm muitas restrições e um bloqueio alimentar e, muitas vezes, nem chegam a provar comidas diferentes, como o carpaccio de língua defumada criado por ela.

- Posso dizer que quando criei esse prato, as pessoas que se desafiaram e se permitiram a provar, amaram. As pessoas tem dificuldade de provar o novo, mas apesar disso, vou continuar tentando trazer coisas diferentes, pois tem sido bem legal a resposta dos clientes para as inovações e como profissional eu me sinto realizada, pois amo o que eu faço e essa resposta é muito gratificante – explica a tecnóloga.

Para finalizar, Grasiela relata que está extremamente realizada, pois a Padoca do Mano lhe deu a oportunidade de criar coisas novas e de fazer aquilo que ela sabe melhor. E, apesar de estar feliz e realizada, ela ainda está aberta a novos desafios, pois acredita que ainda tem muito o que aprender.


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