Educação


Estudantes do Câmpus Xanxerê do IFSC desenvolvem app virtual para monitorar emoções

Por: Sanny Borges 21/09/2023 às 13:30 Atualizado: 28/09/2023 às 15:13

A capacidade do camaleão em mudar de cor foi o que fez um grupo de estudantes do Câmpus Xanxerê do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) escolher este animal para interagir com os usuários de um aplicativo para monitorar emoções e combater a depressão e a ansiedade. O app tem previsão para entrar no ar até o final do ano e terá uma série de funcionalidades extras em comparação a outros disponíveis para celular.

O nome do aplicativo, “Millo”, carrega também o nome do camaleão que promete ser um amigo virtual. Ao conversar com o mascote por meio de um chat, o usuário poderá registrar o que está sentindo, obter respostas, e perceber as mudanças de cor do camaleão relacionando com o que está sentindo.

“Nossa motivação surge do desejo de tornar acessível, livre de preconceito este tema, para que as pessoas consigam monitorar suas emoções, monitorar a solidão, a ansiedade e a depressão e evitar que isso leve a questões mais sérias, como tentativa de suicídio”, relata a estudante Caroline Gabriel.

Os desenvolvedores são do curso técnico em informática do Câmpus Xanxerê do IFSC, Ana Carolina Ternes Rech, Caroline Gabriel, Inácio Radin Rigatti e Raul Victor Rodrigues Montano, com orientação da professora Naira Arruda e da psicóloga Danúbia Bertan. São eles que desenvolvem o “Millo” como uma tarefa da unidade curricular de Trabalho Integrador, que desafiou os estudantes a fazer uma entrega voltada à segurança até o final deste ano. No caso deste grupo, o foco foi a segurança emocional. 

“É um trabalho que eles indicam no segundo ano, com pesquisas teóricas, analisam softwares semelhantes, fazem a modelagem, projetam as telas, as funcionalidades do software, e escrevem o trabalho escrito. Para agora no terceiro ano desenvolver, tirar do papel”, afirma o professor Alex Weber, coordenador do curso e professor da unidade curricular.

Pesquisas do grupo

Antes de tomar as decisões do que desenvolver, os estudantes foram pesquisar. Descobriram em uma pesquisa da Ipsos que a população brasileira é o que mais se sente solitário em comparação a outros 28 países. Com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas-OMS) encontraram um dado de que, em 2017, o suicídio foi responsável pela morte de 800 mil pessoas, sendo a segunda principal causa de morte de pessoas de 15 a 29 anos.

A equipe também fez uma pesquisa sobre outros aplicativos na mesma linha do Millo. Descobriram que entre 15 softwares parecidos, 86% são em língua estrangeira e apenas 30% contam com inteligência artificial (IA) para interagir com o usuário.

Então, o aplicativo em desenvolvimento no IFSC estará disponível em português para os brasileiros terem acesso, terá IA com chatbot para interação, um lembrete exclusivo para cadastro e notificação do uso de remédios, ainda um relatório para controle do usuário em relação ao seu estado emocional, e apresenta o número do Centro de Valorização da Vida (CVV) para casos de emergência que o chat não tem controle. A previsão é que esteja no ar em dezembro.

Foto: Ascom/IFSC

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