Educação


Trabalhadores da educação de SC suspendem greve por 60 dias

Por: Sanny Borges 09/05/2024 às 10:20 Atualizado: 16/05/2024 às 17:06

Em uma assembleia extraordinária realizada na quarta-feira (8), os trabalhadores da educação de Santa Catarina tomara a decisão de suspender a greve dos professores estaduais pelo período de 60 dias, com o objetivo de negociar com o Governo do Estado a descompactação da tabela.

A determinação ocorreu no 15º dia de paralisação, logo após a primeira oferta do governo à categoria e a concessão de uma liminar pelo juiz de segundo grau Alexandre Morais da Rosa, que proibiu o corte de ponto dos profissionais e a demissão de temporários que aderissem ao movimento.

O encontro, realizado na Praça Tancredo Neves, em Florianópolis, refletiu a voz da maioria dos professores, que optaram por manter a mobilização, mas suspender a paralisação por um período determinado.

Mesmo diante dessa decisão, na terça-feira (7), poucas horas antes da liminar ser emitida pelo Tribunal de Justiça, o governo apresentou pontos para negociação. Contudo, o Sinte-SC, em comunicado oficial, considerou que houve poucos avanços na proposta apresentada. As propostas são:

• Descompactação da Tabela Salarial: continuidade dos estudos de impacto por grupos técnicos da SED, SEA e SEF;

• Concurso público 2024: lançamento do edital em junho/24 com as chamadas a partir de 2025;

• Hora-atividade: aplicação de 1/3 de HA para os anos iniciais a partir de 2025;

• Alíquota de 14% de desconto de aposentos (as) e pensionistas: já reavaliada e implantada pela LC n° 848/23;

• Auxílio alimentação: antecipação do valor de R$ 25/dia já em novembro de 2024;

“Entendemos que o momento é destensionar a corda e mostrar para a sociedade que o sindicato e o magistério catarinense querem negociar e receber uma proposta salarial que seja justa e compatível com a média salarial do país. Santa Catarina é o 7º estado em arrecadação da União, recursos têm. Só falta vontade política para negociar”, destacou Mario Harres, coordenador do Sinte Regional Xanxerê.

Desse modo, como foi deliberado pela maioria dos presentes na assembleia, a greve será retomada caso a categoria entenda que suas demandas não foram atendidas.

Por sua vez, Kátia Collelo, diretora de organização do Sinte Regional Xanxerê, ressaltou a importância do movimento grevista e da união da categoria.

“Estes 15 dias de greve foram uma vitória para nós. É essencial mantermos o otimismo e a força da luta. A união demonstrada durante este período foi fundamental mexer com a sociedade e retomar o debate acerca da valorização do professor e da professora e reforça a importância da nossa mobilização contínua”, avaliou Kátia.

A greve dos professores ganhou destaque a partir do sexto dia, quando o governador Jorginho Mello (PL) divulgou um vídeo em suas redes sociais, afirmando que a principal reivindicação dos professores, a descompactação do plano de carreira, acarretaria um custo de R$ 4,6 bilhões ao Estado. No mesmo vídeo, ele ameaçou descontar os dias parados dos professores efetivos e demitir os temporários que aderissem à greve.

Em resposta a essas declarações, o Sinte-SC organizou uma manifestação em frente ao Centro Administrativo. Nas redes sociais, o sindicato e os profissionais compartilharam relatos de demissões e ameaças aos grevistas.

A decisão do Juiz de 2º Grau do TJSC Alexandre Morais da Rosa determinou a reintegração dos demitidos e que eles não tenham desconto salarial, uma vez que a greve é legal.

“A decisão de suspender a greve por 60 dias é um gesto de confiança da categoria, que espera que o governo apresente propostas concretas que valorizem os profissionais que dedicam suas vidas à educação. A retomada da greve após esse período está condicionada à avaliação das respostas e ações do governo frente às demandas dos trabalhadores da educação de Santa Catarina”, finalizou Mario Harres.

Foto: Divulgação/Sinte-SC

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