Vereador afirma que adolescente desenvolveu problema no coração após vacina da covid em Xanxerê
Atualizada às 17h28 desta quarta-feira (10)
A vacina contra a covid-19 da Pfizer, que vem sendo aplicada em pessoas com 12 anos ou mais no Brasil, foi um dos temas levados à tribuna da Câmara de Xanxerê pelo vereador Altair Rossatto, o Dentinho, do Podemos. Na última sessão ordinária que ocorreu na segunda-feira (08), o parlamentar comentou sobre um caso de uma adolescente do município que teria desenvolvido um problema cardíaco após receber o imunizante.
Segundo o vereador, a filha de um empresário xanxerense teve um princípio de insuficiência cardíaca e está em tratamento. Ele também destacou alguns números, que segundo ele, comprovam que é arriscado vacinar as crianças. Confira o que disse o vereador:
“Quero fazer um alerta para os pais, aqui, também, na questão de vacinação. Num documento que foi mandado pela própria Pfizer, de mais de 80 páginas, quando foi pedir a liberação para a vacina contra o covid, eles já colocaram que o número de estudo clínico para saber se teria algum efeito colateral nas crianças era irrisório, ou seja, eles não teriam como afirmar isso. Agora, um novo estudo com as crianças já vacinadas mostrou o seguinte, que a vacina para o covid… crianças menores de 12 anos, a cada um milhão de crianças vacinadas, você salva uma criança com a vacina do covid e que a vacina pode desenvolver miocardite em uma criança em cada 100 mil. Ou seja, a cada um milhão de crianças com menos de 12 anos, pode ser que dez tenham miocardite, que é a inflamação do músculo do coração e que pode levar à insuficiência cardíaca. Então, cuidado, pais. Nessa ânsia de a gente querer salvar os nossos filhos… [nas] crianças, graças a Deus, os sintomas são muito fracos, muito amenos, muitas vezes poucos, e eles conseguem, com a imunidade, se sobressair sozinhos, se caso peguem o covid. Mas miocardite… tem a filha de um empresário aqui de Xanxerê, está com um problema sério de coração depois da vacinação e foi comprovado que foi após a vacina. Então, tomem cuidado. Seu filho é saudável, vocês passaram pelo covid ou não, tomem cuidado… crianças com menos de 12 anos, veja que o risco… isso aqui é científico, nós estamos falando sempre em ciência. Aqui mostra que para salvar uma criança de covid tem que vacinar um milhão, só que a cada 100 mil crianças, uma pode desenvolver miocardite e pode levar à insuficiência cardíaca. Então, tomem cuidado e avaliem os riscos e vejam que o risco é 10 vezes maior de sofrer uma insuficiência cardíaca do que morrer do covid propriamente dito.”, disse Dentinho na tribuna.
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A reportagem do Tudo Sobre Xanxerê entrou em contato com o vereador para saber quem é a menor citada por ele e foi informada por Dentinho de que ele pediria autorização para o pai dela, para divulgar quem é a família e perguntar se eles querem se manifestar sobre o assunto. O que não foi possível neste momento. Segundo Dentinho, o pai da adolescente informou que está viajando, e, sem uma autorização expressa, ele não pôde passar nenhum contato à reportagem.
Em contato com a Administração Municipal, através da assessoria, o Tudo Sobre Xanxerê foi informado de que a Secretaria de Saúde está elaborando um relatório para apurar se a informação procede.
Vacinação de adolescentes no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no dia 11 de junho deste ano, a utilização da vacina da Pfizer para crianças e adolescentes entre 12 e 15 anos - de 16 ou mais já estavam sendo vacinados antes disso. Na data, a agência informou que a ampliação foi aprovada após a apresentação de estudos desenvolvidos pelo laboratório que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo.
Em uma publicação da Anvisa, em setembro, no site do Ministro da Saúde, a agência trata sobre a segurança da vacina que vem sendo aplicada nos menores de idade no Brasil:
“No que diz respeito à segurança e, mais especificamente, a eventos cardiovasculares, foram observados casos muito raros (16 casos para cada 1 milhão de vacinados) de miocardite e pericardite após a vacinação. Os casos ocorreram com mais frequência em homens mais jovens, após a segunda dose da vacina e em até 14 dias após a vacinação. Foi observado que, geralmente, são casos leves e os indivíduos tendem a se recuperar dentro de um curto período após o tratamento padrão e repouso. Não houve relatos de casos de infarto. Os alertas sobre potenciais ocorrências de miocardites e pericardites foram incluídos em bula, após as ações de monitoramento realizadas pela Anvisa. Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos.”.
Nos EUA foi aprovado, no final de outubro, pela autoridade sanitária dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), o uso da vacina da Pfizer-BioNTech em crianças de cinco a 11 anos, após a conclusão de um estudo que apontou uma eficácia de 90,7% da fórmula, sem efeitos colaterais importantes.
A farmacêutica também anunciou que pedirá autorização à Anvisa para aplicar nos menos de 12 anos no Brasil. No entanto, diretores da agência já foram ameaçados para negarem a autorização, antes mesmo da formalização do pedido, que deve ocorrer agora em novembro.
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