Santa Catarina avança na certificação de propriedades livres de Brucelose e Tuberculose
Santa Catarina é destaque nacional e internacional no cuidado com a saúde animal e avança na certificação de propriedades livres de Brucelose e Tuberculose. A menor incidência de Brucelose, com classificação A para a doença, é registrada no estado, junto com outros quatro. SC também obteve nota máxima para Tuberculose bovina.
A Cidasc é a responsável pela execução do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas em todo o território catarinense. Hoje, com índices baixíssimos, de 0,91% dos rebanhos infectados com Brucelose e 0,5% dos rebanhos infectados de Tuberculose, fica comprovada a eficiência do trabalho realizado pelos profissionais da companhia e por toda a cadeia produtiva catarinense.
“O setor agropecuário é estratégico para Santa Catarina e por isso vamos continuar investindo nesse grande trabalho da Cidasc, que garante e segurança do nosso rebanho, o que colabora para a conquista de mercados nacionais e internacionais”, frisou o governador Jorginho Mello.
O estado contabiliza 2.640 propriedades certificadas e mais de 1 mil em processo de certificação, ou seja, é uma demanda crescente por parte dos produtores rurais e a conscientização é um dos pilares de uma produção pecuária de qualidade e dentro dos padrões sanitários internacionais.
A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura, em 2001, os estados podem ser classificados de A até E, conforme a prevalência das doenças.
Consequências da Brucelose
A Brucelose gera perdas econômicas que podem se caracterizar por abortos, nascimentos prematuros, repetições de cio, entre outros. Estima-se que a Brucelose seja responsável pela redução de até 25% da produção de leite e 15% da produção de bezerras.
Consequências da Tuberculose
As propriedades que possuem produção leiteira precisam verificar a saúde de seus animais com maior frequência que outras propriedades. A Brucelose e a Tuberculose são transmitidas para as pessoas, através do consumo do leite cru, produtos lácteos produzidos com leite cru e também do consumo da carne mal passada.
A transmissão da doença entre os animais pode ocorrer, principalmente, através da alimentação em cochos compartilhados e pela respiração próxima um dos outros, o manejo de ordenha e a permanência dos animais leiteiros de forma aglomerada na propriedade são fatores de maior risco para que esta doença se dissemine e permaneça nesse tipo de produção.
Para as pessoas que manejam os animais leiteiros o risco é ainda maior, já que elas permanecem muito próximas da respiração dos animais e de gotículas de leite da ordenha e podem se infectar caso a doença esteja no rebanho.
Como agir quando houver a doença no rebanho?
Quando um foco de Brucelose ou Tuberculose é encontrado no rebanho leiteiro, os animais positivos devem ser isolados da produção leiteira e o restante do rebanho pode continuar produzindo leite e comercializando para a indústria onde será pasteurizado ou esterilizado. O saneamento do foco deve respeitar os prazos vigentes na legislação estadual para que a indústria continue a captação do leite.
Quando não há o cumprimento da legislação para a eliminação da doença presente no rebanho, a indústria é impedida de captar o leite do rebanho doente. A realização do correto saneamento da propriedade, conforme a legislação, evita perdas econômicas.
Caso perceber a ocorrência de sinais clínicos nos animais como aborto, nascimento de bezerros fracos, queda de produção, perda de peso, mastites de difícil resolução ou tosse, o produtor deve informar à Cidasc para receber as orientações de como proceder o saneamento. Quanto antes o problema for detectado e solucionado mais rapidamente a produção de leite se recupera.
Santa Catarina, através do Governo do Estado, é um dos únicos do país que indeniza, integralmente, os criadores pelo abate sanitário de animais doentes, via Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), de modo a possibilitar a futura aquisição de animais sadios para a continuidade da produção.
Testagem Brucelose e Tuberculose
Segundo a Portaria SAR 44/2020, alterada pela Portaria SAR 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam realizar o controle da Brucelose e Tuberculose.
Todos os bovinos precisam ser testados de forma simultânea para Tuberculose a cada 36 meses, conforme calendário para realização dos exames, publicado pela Cidasc.
Já para Brucelose é colhida uma amostra de leite de tanque para diagnóstico da doença no mínimo uma vez a cada 24 meses. Apenas se essa amostra for reagente o produtor precisará realizar exames individuais do rebanho leiteiro para Brucelose.
Os rebanhos oriundos de fazendas certificadas têm um status sanitário diferenciado e por isso, para manter o certificado válido, precisam realizar o controle de ingresso de animais e realizar exames anualmente para renovar o certificado da propriedade.
A propriedade certificada não necessita fazer o teste de diagnóstico para transportar os animais e participar em eventos agropecuários. Basta que renove o certificado a cada ano, realizando novos exames. Outra vantagem é a possibilidade de obter melhor remuneração pelo litro de leite.
Como fazer a certificar sua propriedade?
O produtor que se interessar em certificar sua propriedade deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. Os escritórios da companhia possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados para auxiliar o produtor rural. O produtor deve preencher um requerimento e um termo de compromisso.
Após a entrega da documentação, o médico veterinário da Cidasc faz a vistoria oficial e emite seu parecer para que se inicie o processo de certificação. É preciso ter dois exames consecutivos negativos para Brucelose (fêmeas e machos inteiros a partir de 8 meses) e Tuberculose (todos os bovídeos do rebanho com idade a partir de 42 dias), em um intervalo de 6 a 12 meses para a propriedade ser certificada.
Fotos: Secom/Governo do Estado