Saúde


Intolerância à lactose: por que algumas pessoas têm mais desconfortos do que outras

Nutricionista xanxerense da dicas e orientações sobre o tema
Por: Repórter da Redação 06/07/2022 às 15:32 Atualizado: 13/07/2022 às 18:03

A intolerância à lactose está presente em 65% da população mundial e ocorre quando o organismo não é capaz de fazer a digestão parcial ou total do açúcar existente no leite de vaca e na grande maioria dos seus derivados. Essa condição ocorre quando o organismo não produz a quantidade suficiente da enzima lactase que é a responsável pela digestão.

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A intolerância à lactose pode ter três causas, que são elas:

Deficiência congênita: trata-se da incapacidade genética de produzir a enzima lactase, presente no individuo desde o nascimento. Sendo a causa mais rara;

Deficiência primária: é a diminuição natural na produção da enzima lactase a partir da adolescência e é até o fim da vida. Trata-se da forma mais comum no envelhecimento;

Deficiência secundária: a produção da enzima lactase é afetada por doenças intestinais, como: infecções doença celíaca, alergia alimentar, supercrescimento bacteriano no intestino delgado, doença de crohn ou enterite induzida por radioterapia/quimioterapia. Em tais casos, a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença base.

Segundo a nutricionista Márcia Steffenon, com CRN-8 1364, ao confirmar o diagnóstico de intolerância à lactose, o paciente deve fazer alterações na alimentação. “O paciente deve tirar da sua rotina todo e qualquer tipo de leite integral, de baixo teor de gordura, sem gordura, em creme, em pó, condensado, de cabra, e seus derivados como, manteiga, queijo cottage, sorvetes, queijo, requeijão, iogurte, chantilly’’, explica.

Os alimentos permitidos são leite sem lactose, leite de soja, de castanha, de aveia, laticínios sem lactose. Mesmo fazendo essas alterações o paciente precisa estar ciente que o leite zero lactose possui a mesma quantidade de cálcio que o leite tradicional. “A única diferença entre os leites é que, no caso do sem lactose, esse carboidrato é previamente quebrado. Ou seja, ao invés da quebra ocorrer no intestino do indivíduo, ela ocorre no processo produtivo do leite. Desta forma, todos os outros nutrientes, como o cálcio, permanecem os mesmos”, comenta a nutricionista.

Diarréia, dores abdominais, distensão abdominal, vômito após o consumo de leite e derivados, dor de cabeça e cansaço, são os principais sintomas da lactase. Isso acontece porque a presença de lactose no intestino causa o aumento do líquido na luz intestinal, devido ao se efeito osmótico, causando assim a diarréia. Ao chegar até o cólon, as bactérias da flora intestinal passam a digerir a lactose, causando a flatulência e dores abdominais.

Segundo a nutricionista, a lactose não faz mal para pessoas que não são intolerantes. “As pessoas que não possuem intolerância à lactose, elas conseguem produzir a quantidade suficiente da enzima lactase, fazendo com que a digestão desse carboidrato ocorra normalmente, sem nenhum tipo de sintoma’’, explica.

Confira outras dúvidas a respeito do tema:

1.A lactose engorda?

Márcia Steffenon: Não, nenhum dos alimentos ou nutrientes de forma isolada tem o efeito de engordar ou emagrecer. O ganho de peso está relacionado ao desbalanço causado pela ingestão excessiva de calorias, quando comparado com as calorias gastas.

Por isso, para um processo de emagrecimento saudável, o ideal é manter um equilíbrio e, não necessariamente, parar de comer determinado alimento. Além disso, os lácteos são alimentos com alta densidade nutricional, o que pode ser benéfico, auxiliando na sensação de saciedade.

2.Diabéticos podem consumir lácteos zero lactose?

Márcia Steffenon: Sim, mas é preciso ter cautela. O controle da quantidade de carboidratos ingeridos ao longo do dia é uma especificidade na dieta a ser seguida por diabéticos. Sempre busque orientação com nutricionista ou médico.

3.Pessoas com uma alimentação sem lactose correm risco de ter deficiências nutricionais?

Márcia Steffenon: Depende. Os alimentos lácteos são ricos em diversos nutrientes, sendo, uma das principais fontes de cálcio, que é essencial para o crescimento e manutenção óssea. A exclusão dos lácteos pode fazer com que o risco da deficiência desse mineral aumente, o que pode facilitar doenças ósseas, como a osteopenia e osteoporose. Mas, para que a ingestão dos nutrientes seja adequada, é indicado o consumo de uma alimentação equilibrada e variada e, neste caso, tenha um cuidado especial com alimentos que sejam fontes de cálcio, até mesmo os lácteos sem lactose.

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Foto: Divulgação


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