Economia & Negócios


Guerra na Ucrânia: vice-presidente da Faesc destaca consequências no Brasil

Por: Francieli Corrêa 03/03/2022 às 10:32 Atualizado: 10/03/2022 às 18:11

A guerra da Ucrânia tem provocado apreensão mundial e gera efeitos econômicos em todo o mundo. O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, analisa as consequências para os mercados de grãos e fertilizantes e como isso impacta diretamente o Brasil.

Barbieri explica que 85% dos fertilizantes que o Brasil utiliza são importados, sendo que grande parte deles vem da Rússia e da Bielorrússia, que fica ao lado do país que vem atacando o outro vizinho. Com isso, esses países não estão mais mandando fertilizantes para cá. Segundo ele, num primeiro momento isso não deve afetar tanto os produtores, mas vai depender de quando o conflito termina e a normalidade volta para as exportações. 

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"Eu diria que no primeiro semestre, como nós não estamos num período de plantio, estamos terminando uma safra... vamos fazer uma safra de inverno, temos uma necessidade, agora, para a safrinha do milho, que é de ureia. Mas certamente os produtores já tem isso em estoque. A grande necessidade vai ser no segundo semestre e até lá a gente tem que saber se o conflito termina ou não, para liberar o transporte marítimo para que esse produto possa chegar aqui.". 

O vice-presidente da Faesc analisa, ainda, que os preços dos fertilizantes devem se elevar mais adiante: "Com certeza os preços irão subir ainda muito mais do que já subiram, porque nós  tivemos uma grande alta no final do ano passado, por falta de gás na Europa, [quando] a Rússia deixou de produzir ureia para abastecer a Europa, mandando gás para lá, e, com isso, os fertilizantes no Brasil subiram muito. Com esse conflito, certamente eles irão subir [novamente], porque o mundo inteiro terá demanda de fertilizantes.", comenta.

Ele destaca ainda o fato de a Ucrânia e a Rússia serem grandes exportadores de cereais e como a falta desses produtos encarece alimentos que os brasileiros consomem diariamente. 

"A Ucrânia é o quatro produtor mundial em exportação de milho e certamente os países que estavam comprando da Ucrânia vão procurar no mundo. O Brasil é um fornecedor de milho, assim como a Argentina e o EUA, mas nós temos problemas de abastecimento pelas quedas de safras brasileiras seguidas que já tivemos. E a Rússia é o maior exportador mundial de trigo e o Brasil um grande importador, certamente o trigo vai subir no mundo inteiro, com isso o Brasil vai pagar mais caro e o pão de cada dia vai encarecer. Não há como fugir desse conflito, nos custos de produção, porque nós vivemos num mundo globalizado de comércio e isso é uma pratica de compra e venda que será interrompida por conta desse conflito.", finaliza.  


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Foto: Embrapa

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