Oito pessoas são indiciadas por esquema de tráfico de drogas em Xaxim
Oito pessoas foram indiciadas após a Delegacia de Polícia de Xaxim concluir o inquérito policial que apurava os crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Os indiciados tinham envolvimento em uma extensa rede criminosa que atuava no comércio ilícito de substâncias na região.
De acordo com a Polícia Civil, o trabalho investigativo teve início em novembro de 2024, após a prisão em flagrante de um casal, ocorrida no dia 2 de agosto de 2024, quando foram surpreendidos transportando 589,5 gramas de cocaína no interior de um automóvel, em Xaxim.
No dia 19 de dezembro de 2024, a Polícia Civil de Xaxim, com apoio de policiais de diversas unidades da 16ª Delegacia Regional de Xanxerê, do Serviço Aeropolicial de Fronteira (SAER) e da Polícia Militar, deflagrou a 1ª fase da "Operação Presente Indesejado".
O trabalho mobilizou cerca de 40 policiais civis e militares para o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Regional de Garantias de Chapecó, em residências e estabelecimentos comerciais localizados nos bairros Santa Terezinha, Vargas e Centro de Xaxim.
A 2ª etapa foi deflagrada no dia 27 de fevereiro, envolvendo 35 policiais civis e militares no cumprimento de outros seis mandados de busca e apreensão nos bairros Santa Terezinha e Centro de Xaxim.
Durante a segunda etapa, uma mulher, de 45 anos, foi presa em flagrante delito de tráfico de drogas. Embora tenha tentado empreender fuga, com ela foram localizadas cerca de 50 gramas de cocaína, balança de precisão, dinheiro e máquina para cobrança via cartão bancário.
As investigações desvendaram uma associação criminosa ordenada hierarquicamente, com divisão específica de tarefas, voltada ao tráfico de drogas em larga escala no município de Xaxim e região. O grupo era responsável por gerenciar a comercialização e o transporte de substâncias ilícitas, operando de forma sofisticada para dissimular suas atividades criminosas.
Durante as diligências, foram apreendidos aparelhos de telefone celular dos suspeitos, cujo conteúdo foi submetido à análise pericial pela Polícia Científica de Xanxerê. A extração e posterior análise dos dados armazenados revelaram extenso histórico de conversas relacionadas à comercialização de substâncias ilícitas, com utilização de linguagem cifrada, típica do narcotráfico, incluindo termos como "buchas", "esmaltes", "briques" e "corres".
A Polícia Civil descobriu, ainda, que os investigados utilizavam perfis distintos em aplicativos de mensagens, inclusive com codinomes, evidenciando a sofisticação e a organização da atividade criminosa. As mensagens comprovaram negociações envolvendo quilos de cocaína, sistema de pagamentos via pix, divisão de lucros entre os integrantes e coordenação temporal das atividades ilícitas.
Os indiciados atuavam de forma coordenada, com divisão específica de responsabilidades: alguns sendo encarregados da comercialização direta das drogas, outros do transporte e distribuição, enquanto havia aqueles responsáveis pelo fornecimento em grandes quantidades. A associação criminosa mantinha pontos de armazenamento das substâncias e operava um sistema de entregas que abrangia não apenas Xaxim, mas também outros municípios da região.
Finalizadas as investigações, foram indiciadas oito pessoas, com idades entre 21 e 34 anos, pelos crimes tipificados nos artigos 33 (tráfico de drogas), e 35 (associação para o tráfico), ambos da Lei nº 11.343/2006. Três indiciados permanecem presos preventivamente e os demais responderão ao processo penal em liberdade.
Dentre as provas colhidas, que demonstram a materialidade dos delitos, além das prisões em flagrante, estão as apreensões das substâncias ilícitas realizadas durante as operações, os aparelhos celulares contendo conversas sobre o tráfico, dinheiro em espécie, balanças de precisão e equipamentos para o pagamento via cartão. As condutas apuradas revelaram não apenas a comercialização individual de substâncias ilícitas, mas também a formação de uma associação estável e permanente destinada especificamente à prática do narcotráfico, com atuação coordenada ao longo de vários meses.
“A conclusão deste inquérito policial representa o resultado de um trabalho meticuloso e coordenado, que se estendeu por mais de sete meses, o que demonstra o comprometimento da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina no combate ao tráfico de drogas e às associações/organizações criminosas que ameaçam a segurança pública", destacou a delegacia.
Fotos: PCSC