Saúde


Sem gotinha: entenda como fica novo esquema vacinal contra a pólio

Por: Repórter da Redação 07/01/2025 às 10:31 Atualizado: 14/01/2025 às 21:30 Agência Brasil

Em 2025, crianças de 2, 4 e 6 meses receberão exclusivamente a vacina injetável contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Além disso, haverá uma dose injetável de reforço, a ser aplicada aos 15 meses de idade. As tradicionais gotinhas foram oficialmente aposentadas e deixaram de fazer parte do calendário de vacinação infantil brasileiro em novembro do ano passado.

Essa mudança não se trata de uma nova dose, mas de um novo esquema vacinal para promover a imunização contra a pólio. De acordo com o Ministério da Saúde, a alteração é baseada em evidências científicas e recomendações internacionais. A vacina oral contra a poliomielite (VOP) contém o vírus enfraquecido e, em condições sanitárias inadequadas, pode resultar em casos derivados da vacina.

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A substituição da vacina oral pela injetável conta com o apoio da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A orientação é que a VOP seja utilizada apenas em situações de surtos, como ocorreu recentemente na Faixa de Gaza. Em agosto de 2024, a região registrou o primeiro caso de pólio em 25 anos – um bebê de 10 meses que não havia recebido nenhuma das doses previstas.

Entenda a mudança

Em 2023, o Ministério da Saúde anunciou que adotaria exclusivamente a vacina inativada contra a poliomielite (VIP) no reforço dos 15 meses, que antes era administrado de forma oral. A dose injetável já era aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida. A segunda dose de reforço, que antes era aplicada aos 4 anos, não será mais necessária, pois o esquema vacinal com quatro doses já garante proteção contra a doença.

A atualização do esquema vacinal levou em consideração critérios epidemiológicos, evidências sobre a vacina e recomendações internacionais. Desde 1989, não foram registrados casos de poliomielite no Brasil, mas as coberturas vacinais têm sofrido quedas nos últimos anos. Em 2022, a cobertura foi de 77,19%, bem abaixo da meta de 95%.

Calendário completo

O Ministério da Saúde destaca que a vacinação é uma das estratégias mais eficazes para garantir a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente. “Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação de agentes infecciosos, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde.”

O calendário nacional de vacinação oferece 19 vacinas que protegem em todas as fases da vida, desde o nascimento até a idade avançada. Além da pólio, a lista inclui doenças como sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é responsável por coordenar as campanhas anuais de vacinação, para alcançar altas coberturas vacinais e garantir proteção individual e coletiva.

Confira os calendários completos de vacinação disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil


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