Crianças aprendem sobre a cultura africana em escola de Xanxerê
O dia 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, passa a ser feriado em todo o Brasil a partir deste ano. A data tem como objetivo homenagear o líder do Quilombo dos Palmares, conhecido por estar à frente na resistência dos escravos contra os ataques portugueses.
Como uma forma de celebrar a data, ao longo da última semana, cerca de 200 alunos do Centro Municipal de Educação Infantil Paul Harris aprenderam, na prática, mais sobre a cultura negra, com foco em costumes da cultura africana.
Durante as atividades, temas como a cultura, respeito e valorização foram apresentados através de oficinas com os pequenos. Sementes de feijão, restos de lápis de cor, macarrão e materiais recicláveis se tornaram obras de arte, retratando a cultura negra pela mão de crianças com idades entre 2 e 5 anos.
A diretora da instituição, Josiane Machado, fala sobre as atividades que foram desenvolvidas com orientações de todos os professores da instituição.
“Desenvolvemos todas as ações referentes ao tema consciência negra, trazendo principalmente a questão da cultura, da influência da cultura dos africanos no nosso país. [..] Sempre lembrando na questão do respeito, da valorização, colocando para as crianças que a gente não trabalha só a questão da cor, da valorização das pessoas, pois cada um tem a sua cor. Então foram desenvolvidos diversos trabalhos na escola, desde as máscaras africanas e os colares. Cada professor organizou na sua sala, fez a sua atividade, e a gente foi montando a exposição no hall da escola”, comenta.
Ainda, a diretora conta que as atividades têm chamado a atenção dos pequenos, que tiveram a oportunidade de trabalhar com materiais diferentes e coloridos, o que despertou o interesse das crianças.
“É importante abordarmos essa questão das etnias que temos e para eles saberem que cada um tem o seu valor, que independente da cor da pele, somos pessoas e que precisamos cada um respeitar um ao outro”, afirma Josiane.
A professora Daiane Pereira destaca que as atividades foram desenvolvidas a partir da curiosidade dos alunos, que fizeram perguntas e demonstraram interesse em conhecer mais sobre o tema. Foram realizadas pesquisas sobre a cultura africana e seus costumes para entender sua importância culturalmente.
“Eles utilizam as máscaras nas comemorações, em eventos muito importantes para eles. Também as máscaras fazem eles relembrarem dos antepassados. Em algumas culturas africanas, também utilizam as máscaras para homenagear a natureza. A gente achou interessante trabalhar uma cultura e mostrar para eles que existem culturas diferentes. [...] Eles fizeram releituras das máscaras, reproduziram colares e pulseiras africanas. Isso foi muito interessante para eles”, destaca.
Temas como esse são relevantes para a educação infantil, despertam o interesse das crianças, permite que utilizem sua criatividade, despertam habilidades. Também aborda um assunto de extrema importância: conhecimento e respeito às diferentes culturas.
“A gente aprende a não subjugar as pessoas, a não ter um preconceito sobre algo que a gente não conhece. Vai ensinando desde pequenininho isso, é importante conhecer e entender. Assim não há preconceitos quando conhecemos,” afirma a professora.