Educação


Professores da rede estadual podem entrar em greve a partir de terça-feira (23)

Representante do Sinte-SC na regional de Xanxerê estão mobilizando servidores da educação para reivindicar pautas como descompactação da tabela salarial e revogação do confisco de 14% das aposentadorias
Por: Francieli Corrêa 19/04/2024 às 11:30 Atualizado: 26/04/2024 às 22:56

Os professores e demais profissionais da rede estadual de educação de Santa Catarina se preparam para entrar em greve a partir da próxima terça-feira (23), em todo o estado. A paralisação foi aprovada em assembleia no último dia 4, em Florianópolis. A intenção é pressionar o governo estadual quanto a demandas antigas da categoria do magistério, conforme destaca uma das representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) em Xanxerê, Kátia Collelo. 

“Esta greve não é especificamente do governo Jorginho Mello. O que estamos reivindicando nesta greve são pautas que estamos reivindicando ao longo dos governos que passaram por Santa Catarina. Hoje, Santa Catarina tem a pior valorização para os professores, perdendo apenas para o estado de Sergipe”, destaca Kátia, que é diretora de organização do Sinte Regional Xanxerê. 

Na pauta de reivindicações da categoria estão: a valorização da carreira, com a aplicação do reajuste do piso salarial em todos os níveis (como experiência acumulada, especialização concluída, por exemplo); promoção de concurso público e efetivação de professores; revogação integral do confisco de 14% das aposentadorias; valorização dos ACTs com plano de saúde, possibilidade de acompanhar dependentes quando estão doentes, por exemplo; garantia de hora atividade para todos os professores dos anos iniciais e segundos professores, com sua extensão a todos os profissionais da educação. 

“Todas essas pautas estão embasadas em leis e em estudo. A última greve que a categoria fez foi em 2015 e nós chegamos no fim do túnel, entendendo que não se tem mais conversa, não se tem mais proposta e o que nos restou, infelizmente, foi a greve”, destacou a diretora de organização do sindicato.

Ainda segunda Kátia, era esperado que em março a categoria recebesse uma proposta, o que não ocorreu. Ela destaca, ainda, que a mobilização do sindicato é para que ocorra uma paralisação total em todas as escolas estaduais e para isso, os representantes do movimento buscam o apoio da comunidade escolar.

“Em relação à conversa com os pais, temos uma carta aberta que está sendo distribuída. Estamos fazendo todo um esforço para que chegue a todos. Estamos fazendo entrevistas nas redes sociais, nos meios de comunicação, convencendo e argumentando com a comunidade escolar que o que estamos fazendo é um direito constitucional, de parar para reivindicar melhores condições de trabalho e valorização”, explica. 

A greve, se de fato iniciar, é por tempo indeterminado, mas segundo Kátia, a intenção é que a paralisação seja breve.

“Não queremos ter uma greve longa, primeiro que não queríamos estar parando, mas entendemos que o quanto antes pararmos, antes retornaremos. Sabemos que temos que garantir os 200 dias letivos para os alunos e vamos garantir isso, seja trabalhando no sábado, no recesso escolar, entrando dezembro adentro… mas neste momento vamos buscar os nossos direitos, porque o governo não nos deu outra alternativa. Tentamos sete vezes, sindicato e representantes do governo, sentar para ver uma proposta e não veio nada, então o que nos restou foi isso. Por isso, no dia 23 estaremos deflagrando a greve”, finaliza Kátia. 

Nota da SED

Assim que foi decidido pela paralisação, no início do mês, a Secretaria de Estado da Educação divulgou uma nota, na qual informou que estava ciente da mobilização e que as pautas seriam discutidas. Leia a nota na íntegra: 

“A Secretaria de Estado da Educação (SED) recebeu um documento do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (SINTE-SC). As pautas levantadas pela categoria serão analisadas e discutidas com as secretarias de Estado da Administração e da Fazenda.

Em 2023, o governador Jorginho Mello anunciou um pacote de ações para valorizar os servidores da Educação. Os professores já foram beneficiados com a ampliação do valor do vale-alimentação. Os professores aposentados também foram beneficiados com o fim da cobrança dos 14%.

A próxima medida é o maior concurso da história da SED, com a contratação de 10 mil servidores efetivos, cujo edital está previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2024.

O objetivo é decidir se a categoria seguirá em negociações ou iniciará uma greve”.

Foto: Arquivo/TSX

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